terça-feira, 5 de junho de 2012

O princípio do fim


Vou pedir licença ao meu ídolo Machado de Assis e utilizar o mesmo recurso dele em “Memórias Póstumas de Brás Cubas” (mal começo e já estou pretensiosa, né?): começar pelo final. Talvez faça total sentido eu me inspirar nessa obra, uma vez que toda essa observação  começou depois que um relacionamento meu acabou, morreu. Uma defunta-blogueira ou uma blogueira-defunta?? rs

Mas o que acontece quando terminamos um relacionamento? Para escrever sobre isso, preciso falar sobre o quase fim (é lá que tudo acontece, é lá que está o fim de verdade)…

As pessoas cometem um erro terrível em acreditar que realmente podem manter o “mi mi mi” inicial para o resto da vida. E não venha me falar que você já sabe disso e que não pensa assim, porque os vapores de uma paixão nos deixam cegos e a gente esquece de tudo aquilo que a gente jurou de pé junto que NUNCA mais faríamos.

Eu definitivamente não sou uma pessoa de “mi mi mis”, mas sei que gasto o pouquinho que tenho lá no comecinho.

Mas e aí? O que isso tem a ver com o fim? TUDO! Quando a gente está no quase fim, começa a procurar aquele mel todo que tinha lá no começo e que não existe mais: mas antes ele/ela me ligava todos os dias, falava que me amava a cada segundo, nos víamos quase todos os dias, ele/ela se cuidava mais e cuidava mais de mim...

A gente se esquece de lembrar que a gente vai mudando, que os nossos objetivos vão mudando, que nossas vontades vão mudando e que o relacionamento vai mudando também e que a intimidade faz a gente mostrar todos os nossos lados: o melhor e o pior. É com quem a gente tem mais intimidade que a gente pode soltar os cachorros e descontar qualquer outra coisa ruim que esteja acontecendo nas nossas vidas.

ÓBVIO, né? Mas lá dentro a gente não se lembra disso. Vamos lá, gente! Ainda bem que a gente muda! Imagina você namorar aquele(a) moleque/menina o resto da sua vida? Só que a gente deveria amadurecer um pouco mais para entender todas essas mudanças.

Bom, a real é que a gente começa a ficar descontente e começa a procurar pelo em ovo. E tudo o que serve para justificar o porquê das coisas terem se amornado será utilizado. O problema é que a gente procura tudo isso no outro: ele/ela não faz mais isso… E nunca na gente...

Mas será que um dia ele/ela realmente fez? Ou a gente criou essa pessoa na nossa imaginação?

Na boa, você acha realmente que o cara/a mina deixa de cuidar você em um determinado momento? Impossível! Quanto mais envolvido, mais preocupado ficamos! A verdade é que a pessoa NUNCA se preocupou com você. Ou você não via, ou fingia não ver.

E o resultado de tudo isso? Juntamos um arsenal de coisas, bombardiamos nosso(a) parceiro(a) e as coisas vão virando bola de neve. Até que um dos lados (ou os 2) perde a admiração pelo outro. Às vezes partimos para a ignorância...

Nessa hora a gente tem algumas opções: 

- Aceitamos e continuamos do jeito que está sem tomar uma ação e pensando como poderia ser se algo mudasse (nesse caso a gente pode optar por ter a famosa DR ou não, vai de estilo de cada casal)

- Continuar do jeito que está e buscar algumas fugas, como uma traição. DRs também podem aparecer por aqui

- Acabar tudo! As pessoas tem medo dela e não veem como uma saída, mas, às vezes, é a mais honrosa!

Essa última opção pode ser feita de várias formas: ir lá e dizer que tudo acabou (o que exige muita, mas muita coragem) ou ficar provocando o outro para ele tomar decisão (curiosamente é a forma mais utilizada e a mais catastrófica)

Engraçado que às vezes a bola de neve é tão grande que a gente não sabe quem começou a provocar o(a) parceiro(a).

Dica: se você perceber que o outro está te provocando, tenta alertar o outro ;)

Mas e aí? Quando tudo se danou? Isso acontece quando a admiração acaba. A gente não percebe, mas isso sempre acontece: seja quando descobrimos uma traição, quando a gente mais precisava do apoio da pessoa e ela não estava ao nosso lado, quando alguém parte para a agressão, quando descobrimos alguma coisa sobre a pessoa que vai contra os nossos valores, quando a pessoa deixa de se cuidar, quando você compara o estilo de vida com o de outras pessoas e acha que há algo de errado... Enfim, são muitas as oportunidades de perder a admiração pelo(a) parceiro(a).

Aí já era! Tudo muda!

E tudo termina, então? Não necessariamente… A gente pode optar por recontruir a relação, sim! Mas sempre com um fantasma do passado.

É sempre uma escolha e a gente tem que estar ciente dela para não se arrepender e saber como conviver com esses fantasmas… O melhor é apagá-lo, sem deixar nenhum vestígio... Difíiiicil, mas possível.

Um tempo sim, pode ajudar a apagar isso tudo.


Eu definitivamente acho que a gente sempre pode insistir (apesar de eu nunca conseguir fazer isso e me cansar de lutar por qualquer relacionamento acabado)… mas tenho excelentes exemplos de que isso é possível e admiro aqueles que conseguem.

Só de verdade eu não acredito que seja possível num momento como esse aprofundar mais a relação: se está ficando, decidir namorar; se está namorando, decidir casar...

Mas e se o fim é inevitável?

Bom isso é matéria para outro post porque esse já está grande demais ;)

3 comentários:

  1. Rita, amei!!! Muito bom mesmo...Tenho certeza que ajudará muitas pessoas inexperientes ou indecisas ou ambas, rss. Vou aguardar a próxima postagem na maior expectativa!!!

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  2. Heeeeey! Olha quem virou blogueira! =)
    Bem vinda à blogosfera!

    Bjs!
    Dri Zakzuk
    http://www.zakzuk.com.br

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    1. Pois é... demorou mas nasceu!! Nao sei associar os blogs, mas bem q eu tentei colocar o teu aqui...

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